sexta-feira, agosto 13, 2010

Traquejo social: não tenho. Sério, eu admiro muitíssimo pessoas que chegam no lugar e conseguem ser casuais sem tentar, lançam piadas espontâneas, falam as coisas certas e já saem com o telefone, twitter e cpf de todo mundo com que teve uma conversa sutil. Comigo não é bem assim; sempre rolam as piadas sem graça, os silêncios constrangedores e os assuntos mais nada a ver do mundo para puxar assunto no estilo "você curte literatura sueca?". Preciso de pelo menos uma semana para me aproximar de uma pessoa e uns três meses para conquistar a confiança de alguém. Não sei exatamente quando isso foi acontecer: eu lembro que, quando eu era criança, meu pai me tacava em uma piscina em algum clubinho família feliz, eu me aproximava de alguém, falava oi e pronto, eu já conquistava a amizade eterna de todo mundo. Nós éramos melhores amigos e compartilhávamos o pacote de passatempo. Mas depois que as pessoas crescem elas ficam chatas e complicadas, já dizia Nietzsche - mentira, só atribuí essa frase a ele para dar um pouco mais de credibilidade. Daí entram as mentiras sociais, que são muito úteis para qualquer ocasião. Óbvio que algo tão útil é também muito criticado pelos vegetarianos chatos que dizem que o que só importa é o interior e acham mesmo que acreditam no próprio discurso. E, além das mentiras sociais, temos as fofocas. Que todo mundo - entenda todo mundo por todo mundo, mas todo mundo mesmo - fala. Até a Fátima Bernades; jornal é uma fofoca culta, se liguem. E isso é horrível. Mas é sempre bom. É como eu costumo dizer, há males que vem para o ben10. Todo mundo fala mal de todo mundo, o que não significa que todo mundo está errado, uma vez que, em contrapartida, todo mundo está falando mal de todo mundo. Exemplo: Pessoinha 1 é amigo de Pessoinha 2 que é inimigo mortal de Pessoinha 3. Pessoinha 2 fez algo x com Pessoinha 1, supondo que x seja igual a uma coisa muito ruim. Daí Pessoinha 1 faz coisa 2x com Pessoinha 2. Mas Pessoinha 2 não pode reclamar, porque ela já tinha feito coisa x antes e toda ação tem uma reação, a reforma agrária está aí e pamps. Daí Pessoinha 2 fica muito triste e vai desabafar com Pessoinha 3 na praça de alimentação do shopping. Nesse desabafo, ao som de Little Help From My Friends, Pessoinha 2 fala mal de Pessoinha 1. Nisso, Pessoinha 2 fica muito íntimo de Pessoinha 3, eles namoram e se casam sete meses depois numa linda praia sulista num fim de tarde, Rita Lee na vitrolinha e um pastor daqueles moderninhos cantando Happy Day no altar enquanto os catorze convidados tiram fotos, final de filme style. Entendeu? Fofocas unem pessoas, criam novas relações, aproxima os seres humanos, gera casamentos. É lindo. 

esse sou eu de manhã
Sabe, eu não me entendo. Jurei pra mim mesmo que ia me dedicar ao máximo nas coisas que eu tenho dificuldade na escola e tal. Mas amanhã tem prova de química e matemática. Eu deveria passar all day estudando, começando das 14h até minha cabeça explodir e os meus miolinhos irem todos lindos rumo a escola fazer a prova com minha canela que nem esferográfica é. Mas não. Já contabilizei mais de duas horas que eu to na frente do computador, no twitter, lendo A Casa dos Budas Ditosos e Os Homens que não Amavam as Mulheres. Eu deveria pelo menos me preocupar, mas a verdade é que eu não to nem aí. Alguém me dá um soco, por gentileza? 

4 comentários:

  1. Que bom saber que não estou só.

    ResponderExcluir
  2. Cara, desejo sorte, ou muito azar para o teu professor (pois se acontecer algo muito grave para ele, tu não tem aula)...

    Um abraço, Bertonie.

    ResponderExcluir
  3. Eu tmb tô assim, falei q fazer das minhas tardes algo super produtvo no segundo semestre de 2010 e estou dormindo o dia todo, mas fazer o q neh, eh mais forte q eu

    ResponderExcluir
  4. Prometer se dedicar mais na escola é uma promessa não cumprida KKK sempre falo isso, mas acabo fazendo N coisas sem ser a que eu prometi. É normal. Pelo menos pra mim já se tornou.
    Adorei o seu conceito que jornal é fofoca culta, nunca havia pensado dessa forma.
    Morro de rir toda vez que leio teus textos, gosto do jeito que você escreve. Pura irônia com um toque de comédia. Não sei explicar, mas eu adoro isso, de verdade.

    ResponderExcluir

Obrigado por comentar; você fez uma criança feliz :D