Sem porquê, preciso escrever uma carta para alguém - ainda que esse alguém não exista e a carta jamais seja enviada. É que dói-me o mundo no sábado de manhã com tal intensidade que os lençóis prendem o corpo, criando um dia sonolento, preguiçoso, solitário e efêmero. Não espere uma carta melancólica nem alegre. Espere uma carta com uma péssima caligrafia, borrada em todas as palavras - no âmago e na casca delas -, com alguns erros de português já que as regras e normas fogem-me da mente tal como as nuvens fogem do céu, e com a solidão de um menino do mundo. É que o mundo está ao contrário e ninguém notou. Ou o meu mundo está ao contrário e eu não notei. Há coisas que meu sangue precisa. Acho que tu, senão outro, podes me ajudar. Não quero tua amizade por completo e nem quero-te exclusivo. Sei que a amizade e o amor só vem aos pedaços depois do baque do reconhecimento. Sei que essas palavras seriam inúteis mesmo no dia em que eu vier a te conhecer - isso se é que você existe. Mas elas precisam ser levadas de mim, pois não mais a minhas mãos elas pertencem. Tento me encontrar neste papel amassado, nestas frases que não mais fraseiam, mas a tentativa é vã e tola. Por mais que eu corra eu não me alcanço. Para não desistir, te escrevo. Espero que um dia, você, amigo que não tenho, me leia e me assassine a solidão.
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Desculpem-me se o texto foi profundinho (?) demais e diferente de tudo que eu venho escrevendo aqui. Mas não deu para prendê-lo. Ah, visitem o Hotel de Papelão (:
sábado, novembro 07, 2009
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um carta esquizofrênica
ResponderExcluirmandou bem!
Realmente, os lençois "grudam" na gente de vez em quando...
ResponderExcluirMas ajuda né, olha a inspiração que vc teve! Uau!
Pare o mundo que quero descer!
uma carta esuizofrênica, UHAEUHSUEHUSHE, euri.
ResponderExcluirCara, até que ela está bonita...
ResponderExcluirMas te considero um amigo (meio sarcastico as vezes, mas amigo)...
Contudo, todos temos os nossos momentos de solidão, aqueles que parece que somos os únicos no mundo (mesmo com um monte de figuras similares), entretanto é isto mesmo, somos únicos, mas não solitários, pois haverá aquelas figuras que não largam do nosso pé, que nos fazem sentir vivas (mesmo com os nossos gritos de protestos, hua ,kkk, ha, ha, brincadeira com um fundo de verdade)...
Então, dias menos solitários (e calorentos).
Fique com Deus, menino Bertonie.
Um abraço.
Só lembrei da Clarice Lispector em A paixão segundo GH.
ResponderExcluirGostei! ;)
Me fez lembrar de um conto do Sartre chamado Erostrato.....agora estou pensando em rele-lo.
ResponderExcluirMuito bom!
Abraços
Às vezes não podemos dizer a alguém algo que desejamos muito em algum momento. e para que aquelas palavras não se percam escrevemos!
ResponderExcluir- eu sempre escrevi tudo o que sinto e com minhas cartas obtive grandes conquistas ♥
Obg pela visita! Aqueles programas de tv + pizza de catupiri arrazam
O conteúdo é dramático mas a forma é tão linda que nem me entristeceu(?) .-.
ResponderExcluirNem ri da carta esquisofrênica -n